Fábio Aranha na Revista Subir & Bajar

A importância das modernizações

9/3/20254 min ler

A importância das modernizações

O engenheiro Fábio Aranha analisa uma questão fundamental do mercado brasileiro. Trata-se de um segmento liderado por pequenas e médias empresas.

O elevador é o equipamento mais importante de um edifício, não apenas do ponto de vista funcional, mas também social. As pessoas passam em média meia hora por semana dentro de um elevador. Por isso, é essencial garantir mobilidade e acessibilidade. Quando um elevador se torna obsoleto, pouco pode ser feito além de investir em uma modernização significativa.

A obsolescência pode se manifestar em diferentes aspectos: aparência e estética; ruídos (durante o trajeto e/ou nas paradas); alto consumo de energia; solavancos ao arrancar e parar; nivelamento deficiente (degraus, riscos); atrasos no serviço; desvalorização do imóvel e perda de receita com locação; descumprimento de normas de segurança vigentes; não atendimento aos requisitos da norma de acessibilidade.

A modernização contribui também com uma questão muito relevante para os usuários: a economia de energia, além de representar uma colaboração importante para a preservação do meio ambiente. Cada modernização de um elevador com comando eletrônico equivale a plantar uma árvore.

A segurança de um elevador provavelmente era adequada para sua época. No entanto, os equipamentos têm uma longa vida útil, o que exige atualização constante. As novas tecnologias e expectativas sociais demandam maior nível de segurança. É indiscutível: um elevador modernizado oferece mais segurança do que aqueles que não passaram por atualização.

👉 A modernização contribuirá com uma questão muito considerada pelos usuários: a economia de energia.

Por que uma PME?

  • Serviço sob medida.

  • Personalizado caso a caso.

  • Sem obrigação de utilizar produtos padronizados em pacotes fechados.

  • As grandes empresas capacitam apenas seus próprios técnicos para evitar que um condomínio tenha a opção de escolher o serviço de manutenção.

O tema deve ser analisado também dentro de um cenário social que aponta para o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida. A questão da mobilidade das pessoas idosas também se torna prioridade.

O elevador é o principal meio de transporte para muitas dessas pessoas, de forma permanente ou temporária. Quem já tem mais de 50 anos e ainda não começou a se preocupar com acessibilidade, terá pouco tempo para conquistar mobilidade na velhice.

Além disso, se compararmos uma máquina de escrever com um computador, qual dos dois será mais fácil de encontrar um técnico para reparar em caso de necessidade? A pergunta que fica é: e se os técnicos que instalaram nossos elevadores já se aposentaram, quem fará a manutenção?

Entre os benefícios da modernização, destacam-se: menor índice de falhas, redução dos custos de manutenção, diminuição no consumo de energia e acesso a novas funcionalidades adicionais. Somam-se ainda a valorização do edifício e um tempo de obra consideravelmente menor se comparado à instalação de um elevador novo.

No caso dos elevadores, ao contrário de outros meios de transporte, o usuário não é o proprietário do equipamento. Ele precisa confiar que o responsável pelo condomínio manterá o elevador em condições seguras em todo momento.

👉O tema merece ser analisado dentro de um cenário social que aponta para o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida.

Pelo menos vinte anos

Um elevador não é um produto de consumo que se descarta e substitui quando apresenta falhas. Sua vida útil esperada é de pelo menos vinte anos. Além disso, nem todas as peças podem ser facilmente substituídas, já que muitas não são compatíveis com equipamentos nacionais. Esse fato aumenta o risco de desabastecimento e deve ser levado em consideração.

A obsolescência de um elevador gera panes constantes; viagens interrompidas; dificuldades na escolha de empresas de manutenção; altos custos de contratos de manutenção; cláusulas abusivas; peças de reposição caras; bloqueios e barreiras tecnológicas que impedem a manutenção por outras empresas.

Na hora de realizar a modernização de um elevador, uma das vantagens é a possibilidade de escolher a empresa prestadora de serviço, de forma semelhante ao que acontece no mercado automotivo. No Brasil, há mais de 3.000 empresas autorizadas a realizar esse trabalho. O mesmo ocorreu em outros setores, como o da cerveja: antes havia apenas alguns grandes fabricantes, mas agora existem muitas opções de qualidade.

É importante destacar também que existem boas alternativas entre pequenas empresas, que operam regionalmente sem abrir mão da qualidade no atendimento. O condomínio não deve deixar de avaliar novas opções, principalmente porque, no caso dos elevadores, muitas vezes nem é necessário pagar mais para ter serviços diferenciados e especializados.

Precauções

Promoções milagrosas ou propostas de alívio imediato nos custos do condomínio podem parecer atraentes. Mas é preciso cautela para não cair em armadilhas.

Algumas grandes empresas oferecem isenção de seis meses de manutenção. Porém, essa oferta vem acompanhada de contratos de fidelização de longo prazo (4 ou 5 anos), que impõem multas altíssimas em caso de rescisão.

Na prática, isso significa assumir riscos de má prestação de serviço, preços muito acima da média e valores abusivos para peças de reposição.

Alguns fabricantes afirmam, de forma equivocada, que a modernização pode descaracterizar o elevador original. Em muitos casos, isso não se confirma. A modernização pode ocorrer de forma gradual, começando por comandos eletrônicos, depois botões, posteriormente indicadores e cabeamento.

Além disso, traz vantagens para a empresa prestadora de serviço: fidelização de técnicos, solução para falta de peças e a oportunidade de oferecer mobilidade e acessibilidade com preços e condições justas.

O elevador deve ser um meio de transporte acessível a todos, e é possível desenvolver tecnologias seguras e acessíveis também por meio de empresas nacionais e independentes.